Espaço Cultural
do Povo
Xukurú do
Ororubá

Informe n.º 312

TESTEMUNHAS DO ASSASSINATO DO LÍDER CHICÃO XUCURU PRESTAM DEPOIMENTO

Decorridos oito dias da morte do líder indígena Chicão Xucuru, as autoridades policiais do município de Pesqueira (PE), não têm nenhuma pista que leve ao autor do crime. Testemunhas do assassinato prestaram depoimento à delegacia local. Uma das últimas testemunhas ouvida foi a esposa da vítima, Zenilda Maria de Araújo. No dia 27 um suspeito foi detido e liberado poucas horas depois por não ter sido reconhecido como participante do assassinato.

No dia 28, lideranças do povo Xucuru reuniram-se em assembléia para discutir estratégias de ação objetivando acelerar a apuração do crime e a continuidade da luta pela demarcação da terra. A situação ainda é tensa na região pois outros indígenas estão sofrendo ameaças de morte. Em 1992, na fazenda de Egivaldo Farias Filho, a polícia encontrou uma lista com o nome de 21 lideranças marcadas para morrer, entre as quais a do Cacique Chicão.

Durante o funeral, na semana passada, diversas autoridades estiveram em Pesqueira prestando solidariedade à família de Chicão. O governador Miguel Arraes, o presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Aloísio Neves, além de parlamentares e representantes do MST e outras entidades manifestaram seu repúdio ao crime que vitimou mais um líder indígena.

Através do Dep. Fernando Ferro (PT/PE), o Cimi apresentou proposta para que uma representação da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados faça visitas a região e acompanhe o caso.

Brasília, 28 de maio de 1998.
Cimi – Conselho Indigenista Missionário