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De acordo com os familiares de Chicão, ele sofreu várias emboscadas durante a sua atuação como cacique da tribo, das quais saiu ileso. "Também recebemos informações, em várias ocasiões, de pessoas que chegaram a ir na nossa casa para matá-lo e acabaram desistindo", revelou Marcos.

A viúva do líder Xucuru, Zenilda Maria de Araújo, disse que a maioria das ameaças que o marido sofreu aconteceram em função da sua luta pela terra indígena.

A família de Chicão diz que a luta travada pelo índio pela posse da terra, em Pesqueira, vai continuar. Os parentes mais próximos de Chicão não se surpreenderam com a forma como ele foi morto. "Claro que ficamos chocados, mas sabíamos que havia gente interessada na morte dele", afirmou Marcos Luidson de Araújo, 20 anos, um dos sete filhos do cacique.

Durante todo o dia a família do cacique Chicão esteve reunida na casa da irmã, inconformada. "Nós queremos justiça". Vários políticos e líderes de entidades de defesa indígena telefonaram para oferecer ajuda aos parentes do índio. O corpo do cacique Chicão será sepultado numa área de mata dentro da aldeia Pedra D’Água, escolhido por ele próprio.

Além das sete mil famílias Xucurus que moram nas 23 aldeias da tribo, também devem participar do enterro, que acontece no início da tarde de hoje, representantes do CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e de outros órgãos ligados à defesa da luta indígena.

(1) EM: Diária de Pernambuco – Recife. 22 / 05 / 1998